- Ao nível literário, jornalístico e técnico são várias as figuras que, ao longo dos tempos, dignificaram as artes da impressão. Nesta secção, dar-se-á destaque a algumas personalidades, distintas no tempo e na acção.
Os principais escritores da lusofonia tiveram uma relação privilegiada com a imprensa. Para alguns deles, foi mesmo no seio da imprensa que emergiram e se construíram como escritores.
Alguns exemplos:
- Alexandre Herculano fundou e dirigiu O Panorama;
- Almeida Garrett fundou vários jornais;
- Camilo Castelo Branco dirigiu a Gazeta Literária do Porto;
- Eça de Queirós foi sempre jornalista, mesmo com a carreira diplomática em pleno;
- Machado de Assis foi cronista em jornais brasileiros e na famosa Ilustração, "revista quinzenal para Portugal e Brazil" que Mariano Pina editava em Paris.
Alguns deles merecem uma abordagem especial, como veremos a seguir.
Dos "Evangelhos e epístolas" é conhecido um único exemplar, completo, que foi apresentado em 1920, por Jaime Cortesão, então director da Biblioteca Nacional. Esta obra foi publicada e impressa pela primeira vez em Sevilha em 1485, na oficina de Pablo Hurus e, em 1493, na cidade de Salamanca por um impressor desconhecido. A tradução para português terá sido realizada pelo próprio Rodrigo Álvares a partir desta última edição, tendo a sua impressão sido feita em gótico de dois c orpos, em 25 de Outubro de 1497. A composição é a duas colunas e tem 62 gravuras, catorze das quais repetidas. A foliação é de 200 fólios e a imposição é em cadernos de 4 folhas em papel grosso e amarelado.
Quanto às "Constituições...", acabadas de imprimir em 4 de Janeiro de 1497 é uma obra com 32 fólios, em tipo gótico dum só corpo, com capitais lombárdicas e floreadas de desenho em branco sobre fundo negro. A letra capital Q com que o texto começa tem uma xilogravura dentro do Q, onde estão representadas as armas de D. Diogo de Sousa. A composição tipográfica é de fora a fora, seguida, a uma coluna, com 40 linhas por folha. A imposição é em 3 cadernos. O livro contém 60 constituições diocesanas, divulgadas no sínodo de 1496 e um resumo final dos princípios e orações fundamentais do cristianismo.
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