HISTÓRIA
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INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA

O Museu Nacional da Imprensa/Jornais e Artes Gráficas é propriedade de uma entidade cultural privada, sem fins lucrativos, a AMI Associação Museu da Imprensa, reconhecida pelo Estado como instituição de Utilidade Pública, com manifesto interesse cultural e abrangida pela lei do Mecenato Cultural. Está também reconhecida como instituição relevante para o desenvolvimento Científico e Tecnológico do País.

Em 1989, a AMI é constituida por escritura pública, reunindo como fundadores, as seguintes instituições:

Actualmente são também associados da AMI as seguintes instituições:

AÇORMEDIA (proprietária do jornal português mais antigo: O Açoriano Oriental)
Diário de Notícias do Funchal
Fólio –
Edições e Publicidade, Lda.
Folha Cultural, CRL

Em Novembro de 2007, o GMCS - Gabinete para os Meios de Comunicação Social tornou-se Sócio de Mérito da AMI. 

UM PROJECTO AMBICIOSO

Num país onde a "cultura" que está fora das televisões tem pouca relevância pública, precisamos de ousar mudar a paisagem cultural, a partir de novos projectos e por dentro das próprias instituições culturais. Para tal, não basta que as élites se inquietem porque a Escola isto e o Governo aquilo. Todos teremos de mudar, mesmo as élites!, para que a Cultura possa ser mais mobilizadora do desenvolvimento sustentado que ambicionamos para o país.

É neste quadro que o MUSEU NACIONAL DA IMPRENSA procura ser um museu diferente. Não pela diferença em si mesma, mas pelos resultados que persegue. Desde a inauguração, ocorrida em Abril de 1997, que perspectivamos a nossa actividade de forma a romper com o paradigma tradicional dos museus. O MNI abriu como o primeiro "museu vivo" do país, funciona 365 dias no ano e orienta a sua estratégia para a descentralização cultural e a internacionalização, numa linha de conquista de novos públicos.

Assim, seja nas instalações da sede do museu, seja nos centros comerciais ou em espaços culturais do Algarve ao Minho e às Regiões Autónomas, praticam a deselitização das acções culturais, num processo que é lento mas seguro para a democratização da Cultura.

É claro que lidamos com um objecto muito transversal – a imprensa – mas a valorização do cartoon, como linguagem universal e acessível a todos, tem constituído um dos pilares da estratégia seguida. Imprimir textos de Camões, Almeida Garrett, Eça de Queirós, Sofia de Mello Breyner, ou Eugénio de Andrade, ou mesmo páginas de jornais, a par da produção manual de papel e do desfrute inteligente do humor, no museu ou noutros espaços culturais e "comerciais", tem sido uma prática que se intensifica à medida que a descentralização aumenta.

No campo da internacionalização, o PortoCartoon surge como uma pequenina aventura que cresce de ano para ano, inscrevendo o país e a cidade do Porto nos roteiros do cartoon mundial.

Se o PortoCartoon é já um pequeno emblema, outros iniciativas têm sido promovidas na mesma linha, mas procurando levar as actividades para o estrangeiro. Espanha, França, Brasil e Argentina foram os países já "tocados" pelo Museu.

Ainda neste domínio internacional, está em marcha outra iniciativa: a criação do Museu Sem Fronteiras da Imprensa da Lusofonia. Trata-se de um projecto que visa preservar e valorizar os patrimónios tipográficos dos países de língua oficial portuguesa. Reforçar os laços culturais, a partir do património da Imprensa, é o objectivo central deste projecto.

O Museu Virtual de Imprensa (aberto aos cibernautas deste 1997) e as galerias virtuais que têm sido criadas continuam a ser instrumentos indispensáveis da internacionalização do projecto geral do Museu.

Não tem sido nada fácil levar por diante este projecto. Reacções de vários tons e todas elas fracas nos horizontes têm criado obstáculos. Uma anormalidade infelizmente normal.

De qualquer modo, persistimos em preservar um dos maiores espólios mundiais de artes gráficas, mantemos o museu aberto todo o ano, praticamos a descentralização cultural, valorizamos a caricatura como género jornalístico e acreditamos que será possível fazer de Portugal o país que melhor pode contar a história da imprensa de Gutenberg.

Esta é uma utopia realizável. Os diferentes Núcleos que o Museu está a criar no Continente e nas Ilhas poderão vir a formar uma rede de pequenos museus espalhados pelo país. O desenvolvimento integrado dessa rede permitirá que se constitua um grande Museu Polinucleado que honre Gutenberg e faça de Portugal um país especial, quer na forma como preservou o seu património tipográfico, quer no modo como soube criar um projecto cultural e turístico de distintiva singularidade mundial.

As tecnologias multimédia e o ciberespaço reforçarão esta singularidade.

Por todos estes aspectos particulares, fará todo o sentido, aqui mais do que na Alemanha, proclamar-se, no futuro, "Portugal, o País de Gutenberg". A existência de muitas relíquias tipográficas em Portugal e a tipologia do projecto do MNI, com núcleos espalhados por diversas cidades, constituem factores de elevada singularidade internacional

Acreditamos que é com esta perspectiva que se materializa uma nova filosofia museal que se tem acentuado desde finais do Séc. XX e que defende que os Museus devem deixar de ser espaços de élites para se transformarem nos centros das cidades modernas. Como lugares de mediação cultural e educativa – e não apenas de preservação e exibição patrimonial –, os museus estarão, assim, a democratizar os bens culturais. Ou seja, tornam-se espaços públicos activadores do Prazer da Cultura, nosso lema desde a primeira hora.

Bem-hajam todos aqueles que têm contribuido para a afirmação deste projecto.