ÁLVARES, Rodrigo - Considerado o primeiro impressor português, nasceu em Vila Real, tendo iniciado a sua actividade
de impressor e editor no Porto, em 1497. Aqui, como colaborador do bispo D. Diogo de Sousa, imprimiu duas únicas obras:
"As Constituições sinoidais de D. Diogo de Sousa" e os "Evangelhos e epistolas", as duas impressas em 1497. Da primeira
são conhecidos apenas dois exemplares, um dos quais está incompleto, pois falta-lhe a folha de subscrição tipográfica final, e
encontra-se na Biblioteca Pública Municipal do Porto. O outro, completo, foi recentemente adquirido pela Fundação Casa
de Bragança para a Biblioteca do Paço Ducal de Vila Viçosa.
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Dos "Evangelhos e epístolas" é conhecido um único exemplar, completo, que foi apresentado em 1920, por Jaime Cortesão,
então director da Biblioteca Nacional. Esta obra foi publicada e impressa pela primeira vez em Sevilha em 1485, na oficina
de Pablo Hurus e, em 1493, na cidade de Salamanca por um impressor desconhecido. A tradução para português terá sido
realizada pelo próprio Rodrigo Álvares a partir desta última edição, tendo a sua impressão sido feita em gótico de dois
corpos, em 25 de Outubro de 1497. A composição é a duas colunas e tem 62 gravuras, catorze das quais repetidas. A
foliação é de 200 fólios e a imposição é em cadernos de 4 folhas em papel grosso e amarelado.
Quanto às "Constituições...", acabadas de imprimir em 4 de Janeiro
de 1497 é uma obra com 32 fólios, em tipo gótico dum só corpo, com capitais
lombárdicas e floreadas de desenho em branco sobre fundo negro. A letra capital
Q com que o texto começa tem uma xilogravura dentro do Q, onde estão
representadas as armas de D. Diogo de Sousa. A composição tipográfica é de
fora a fora, seguida, a uma coluna, com 40 linhas por folha. A imposição é em
3 cadernos. O livro contém 60 constituições diocesanas, divulgadas no sínodo
de 1496 e um resumo final dos princípios e orações fundamentais do
cristianismo.
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As relações entre D. Diogo de Sousa e Rodrigo
Álvares estenderam-se para lá do ano de 1497 e é bem possível que o
tipógrafo possa ter dado à estampa, mais tarde, por volta de 1506, no Porto ou
em Braga, umas segundas "Constituições..." de D. Diogo de que existe
um exemplar na Biblioteca Pública Municipal do Porto, sem indicação de data
nem local de impressão. Para além destas impressões, Rodrigo Álvares terá
sido impressor de breviários.
Por desvendar continua, no entanto, o local onde Rodrigo Álvares terá
realizado a sua formação profissional de base. Aquilino Ribeiro defende que
terá aprendido com o alemão Paulo Hurus em Saragoça, hipótese que Artur
Anselmo considera fantasista. Outros são da opinião que terá aprendido em
Salamanca, ou em Braga, na Oficina de João Gherline. Esta hipótese aponta para
que Rodrigo Álvares tenha sido mesmo discípulo de Gherline e dele teria
recebido os tipos para os trabalhos realizados no Porto, os quais são um
ampliação das matrizes do "Brevirium Bracharense" de 1494.
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