PASQUIM combateu
a ditadura brasileira
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Faz amanhã, 26 de junho, 50 anos que um pequeno grupo de jornalistas brasileiros criou o Pasquim, jornal satírico que combateu a ditadura militar, a partir do Rio de Janeiro.

O PortoCartoon 2019 inaugurou, anteontem, uma exposição evocativa – Pasquim-50 anos – constituída por dezenas de jornais e almanaques e que ficará patente até final de outubro.

Para esta exposição, o Museu Nacional da Imprensa contou com o apoio de um dos principais fundadores do jornal, Jaguar, que fez um desenho – com o seu rato bizarro, o SIG – expressamente para a mostra.

O Pasquim durou mais 22 anos (até 1991), conheceu a censura e alguns dos seus jornalistas estiveram presos. De pequena aventura, transformou-se num sucesso editorial e chegou a vender 200 mil exemplares.

SAM_0119 desenho Jaguar exclusivo para a expo

O jornal agregou uma geração extraordinária composta pelos melhores jornalistas brasileiros de humor de sempre: Jaguar, Ziraldo, Paulo e Chico Caruso, Luís Fernando Veríssimo (ainda ativos) e tantos outros como Millôr Fernandes, Henfil, Fortuna.

Nessa aventura também colaboraram nomes grandes das letras como o nobel Gabriel Garcia Márquez (um dos textos, sobre Portugal, está patente na exposição) e Ferreira Gullar (Prémio Camões), além de Wolinski e do arquiteto Oscar Niemeyer. Outros colaboradores: Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Caetano Veloso e, obviamente, Chico Buarque da Holanda, o mais recente “prémio Camões”. Chico Buarque aparece logo no nº 1 do Pasquim, assinando uma crónica enviada de Roma, onde estava  exilado.

Durante a inauguração de “Pasquim-50 anos”, Fausto Longo, deputado no parlamento italiano em representação da América Latina, falou da importância do jornal no combate à ditadura brasileira. Como fundador e ex-diretor do Salão de Piracicaba criado há 46 anos, Fausto Longo fez também referência ao valor do humor e da parceria PortoCartoon-Salão de Piracicaba iniciada em 2005. Na sua opinião, “o Brasil precisa hoje de um novo Pasquim”.

Esta exposição tem a curadoria do diretor do Museu, Luiz Humberto Marcos.

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