O Museu Nacional da Imprensa está a assinalar, a “revolução dos cravos”, apresentando diferentes exposições em várias regiões, desde Grândola ao Alto Minho.
As duas primeiras exposições são sobre cartazes relativos ao “25 de Abril” e vão ficar patentes, em Viana do Castelo e na Covilhã, em iniciativas conjuntas com as respectivas autarquias. Nos Antigos Paços do Concelho da capital do Alto Minho, fica patente a exposição “Cartazes de Abril” e na Associação Recreativa Campos Melo, na Covilhã, outra mostra denominada “25 de Abril em Cartaz”. Ambas as exposições apresentam uma selecção das centenas de cartazes que o Museu da Imprensa possui sobre o Movimento dos Capitães de Abril. “A poesia está na rua”, de Vieira da Silva, e “O Povo e o MFA”, de João Abel Manta, são dois dos ícones gráficos expostos. Abril Vinil no Porto Na sede do Museu Nacional da Imprensa vai estar patente, a partir de domingo, dia 18, a exposição “Abril Vinil”, com uma centena de discos de 33 e 45 rotações, editados no período revolucionário do “pós 25 de Abril” de 1974. As respectivas capas evidenciam diferentes qualidades gráficas ao nível do arranjo e da diversidade de meios de impressão. A mostra inclui algumas raridades discográficas e relembra canções de algumas das mais importantes vozes nacionais como Zeca Afonso, Fausto, Amália, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Sérgio Godinho e Vitorino, entre outros. “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, “Somos Livres” de Ermelinda Duarte, “Cravo Vermelho ao peito” de José Barata Moura e “A Revolução em Marcha” de Tonicha, são alguns dos discos que podem ser apreciados nesta mostra, a par dos vinis dos poetas Manuel Alegre e Ary dos Santos e do actor Mário Viegas. Censura, livros e jornais A partir de 23 de Abril, três outras exposições estarão patentes em Grândola, Covilhã (dia 24) e Vizela (dia 25), igualmente promovidas pelos respectivos municípios. Na Biblioteca Municipal da vila alentejana, a exposição “Lápis Azul – A censura no Estado Novo” apresenta dezenas de documentos ilustrativos do largo espectro da Censura que vigorou durante 48 anos em Portugal, até ao “25 de Abril”. Alguns documentos são mesmo relativos à censura noticiosa do próprio “movimento dos capitães”, quando ainda não estava confirmada a queda da ditadura. No Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã, ficará patente, a partir de 24 de Abril, a exposição “Livros Proibidos na ditadura de Salazar”. Trata-se de uma mostra que apresenta dezenas de livros censurados, autos de apreensão originais, bem como textos sobre literatura e escritores cortados pelo “lápis azul”. A Casa do Povo de Vizela vai acolher a exposição “Jornais de Abril”, uma mostra constituída pelos principais jornais portugueses publicados quer no 25 de Abril de 1974, quer nos dias seguintes. Na altura, as manchetes dos jornais encheram-se de notícias sobre a queda da ditadura e as perspectivas de liberdade para Portugal. As seis exposições, evocativas dos 36 anos de “Abril”, inserem-se na política de descentralização cultural iniciada pelo Museu da Imprensa, logo em 1997, aquando da sua inauguração. |
Diário de Lisboa – “Jornais de Abril” A Planicie – “Livros Proibidos” Cartaz MFA – “Cartazes de Abril” “25 de Abril em cartaz” “Amália – O meu amor é marinheiro” – Abril Vinil |
De Grândola a Viana do Castelo Museu da Imprensa espalha o “25 de Abril” |