São de vários pontos do país os quinze finalistas da 21º edição do Concurso Textos de Amor Manuel António Pina, iniciativa do Museu Nacional da Imprensa (MNI) lançada em 2001.
Em termos gerais, registou-se uma elevada participação e geograficamente estendida a todo o território nacional, e com uma participação vinda da Áustria. Em termos etários, sublinha-se que as idades variam entre os sete e os 80 anos.
Marcado pela situação da pandemia, o texto vencedor do 1º prémio, de Alexandre Sousa, tem um registo panorâmico, socialmente amplo, psicologicamente rico, e assenta numa perspetiva humanista que importa relevar, a par da escrita inventiva, experimental e pontuada por conversas internéticas que lhe dão uma grande atualidade, além de se apresentar como uma espécie de testemunho visceral e vivencial – um texto de uma vida.
Relativamente ao 2º prémio, de Tiago Salazar, o Júri apreciou a dimensão ensaística do texto, destacando a elevada qualidade geral da escrita. |
Os 3ºs prémios ex-aequo – um em prosa de Maria Irene Loureiro Lopes de Resende, o outro em verso, de Nelson Ferraz – estão marcados por uma qualidade que inclui a criatividade que os distingue dos outros contemplados com menções honrosas, embora tenham sido objeto de alargada discussão, como geralmente acontece, também nos outros níveis, para as escolhas finais.
A atribuição de 11 menções honrosas atesta a subida de qualidade das participações, em relação às edições anteriores: António Miguel Marques Ferreira; Cláudia Fernandes; Filipe Lima; João Orlando Pereira Machado; Lília Tavares; Manuel Peres; Maria Veloso; Orlando Teixeira da Costa; Pedro Luís Cardoso; Sofia Margarida Mesquita e Tiago Sobral Ramos.
Esta edição contou ainda com o Prémio Especial Crianças, cujos prémios foram atribuídos a: Gonçalo Eleutério – 6.º ano (2º CEB; Inês Alexandra Cardoso Ferreira da Silva – 9.º ano (3º CEB); Madalena Bento – 3.º ano (1º CEB); Maria Tiago Ramos – 6.º ano (2º CEB); e Matilde Dâmaso – 5.º ano (2º CEB).
Para o Júri, este concurso voltou a revelar um continuado gosto pela participação, com cerca de 500 textos de centenas de autores.
Tal como tinha acontecido nas últimas edições, registou-se o surgimento de textos longos, de cariz narrativo, enquanto sintoma de um fôlego literário efabulador.
Na sessão de entrega de Prémios, que teve lugar no dia 20 de novembro, no MNI, o Júri, constituído por José Pires Laranjeira (Univ. Coimbra), Luísa Paolinelli (Univ. Madeira) e Luiz Humberto Marcos (Diretor do Museu) congratulou-se com o nível geral do concurso, afirmando que esta iniciativa constitui uma boa forma de estimular a emergência de talentos literários, a par da valorização da língua, no contexto de uma cidadania que possibilita a expressão de diversificadas sensibilidades e oficinas estéticas.
A 22º edição decorrerá em fevereiro de 2022. |